Num feito impressionante, os desenvolvedores conseguiram executar o popular jogo AAA, The Witcher 3: Wild Hunt, num PC com arquitetura RISC-V. Embora o RISC-V ainda esteja em fases iniciais de desenvolvimento e adoção em comparação com CPUs convencionais como ARM e x86/x64, essa conquista destaca o potencial da arquitetura de código aberto.
Utilizando uma combinação de Box64, Wine e DXVK para emular instruções x86 e conectar a lacuna entre RISC-V e Linux, os desenvolvedores explicaram os desafios de traduzir as instruções de CPU x86/x64 em algo que o RISC-V pudesse entender, em um post detalhado em blog. Esse processo consumiu considerável poder de hardware, uma vez que a arquitetura RISC-V complicou o que antes eram instruções simples x86.
Embora a capacidade de rodar The Witcher 3 em RISC-V seja uma realização técnica significativa, é crucial ter expectativas gerenciadas. O jogo atualmente atinge apenas 15 FPS em RISC-V, tornando-o semi-jogável, mas longe de ser uma experiência imersiva. No entanto, essa conquista abre caminho para futuros avanços na arquitetura de código aberto.
No ano passado, os mesmos desenvolvedores alcançaram com sucesso jogos 2D, como Stardew Valley e World of Goo, totalmente jogáveis em RISC-V. Para trazer The Witcher 3 para RISC-V, eles precisaram de um Milk-V Pioneer, um PC RISC-V com um slot PCIe, juntamente com uma instalação AMD Radeon RX 5500 XT. Essa forma limitada de jogabilidade mostra que a arquitetura RISC-V é capaz de lidar com títulos AAA da geração anterior com a configuração de hardware certa.
Atualmente, essa descoberta pode não ter um impacto significativo no mercado de jogos; no entanto, destaca os esforços em curso desafiando a predominância de grandes empresas de tecnologia. Assim como os avanços no Windows on Arm e no Proton no Linux, o desenvolvimento de um PC de jogos RISC-V capaz poderia se tornar realidade na próxima década, perturbando o cenário atual controlado pela Microsoft, Intel e AMD.
Enquanto a comunidade RISC-V continua a expandir os limites do possível, o futuro da arquitetura de código aberto nos jogos parece promissor. Mantenha-se informado com o Tom’s Hardware para mais notícias e análises detalhadas.
Fatos adicionais:
– RISC-V é uma arquitetura de conjunto de instruções de código aberto (ISA) que permite a qualquer um projetar e construir seus próprios processadores com base nas especificações RISC-V.
– A arquitetura RISC-V foi desenvolvida na Universidade da Califórnia, Berkeley, em 2010, e ganhou popularidade nos últimos anos.
– RISC-V oferece flexibilidade e escalabilidade, tornando-o adequado para uma ampla gama de aplicações, incluindo sistemas embarcados, dispositivos IoT e agora jogos.
– Box64 é um tradutor binário dinâmico que permite que aplicativos x86 sejam executados em plataformas não x86, como RISC-V.
– Wine é uma camada de compatibilidade que possibilita a execução de software Windows em sistemas operacionais não-Windows.
– DXVK é uma camada de tradução baseada em Vulkan que permite que jogos DirectX 10 e 11 funcionem no Linux com desempenho aprimorado.
Principais perguntas e respostas:
P: Por que rodar The Witcher 3 no RISC-V é considerado uma conquista?
R: É uma conquista significativa porque demonstra o potencial da arquitetura de código aberto na indústria de jogos e desafia a predominância das arquiteturas de CPU proprietárias.
P: Quais foram os desafios em rodar The Witcher 3 no RISC-V?
R: Traduzir as instruções de CPU x86/x64 em algo que o RISC-V pudesse entender foi um processo complexo que exigiu tecnologias de emulação e conexão como Box64, Wine e DXVK. A arquitetura RISC-V também complicou o que antes eram instruções simples x86.
P: Quais são as vantagens da arquitetura RISC-V para jogos?
R: A natureza de código aberto do RISC-V permite maior personalização e otimização, potencialmente levando a sistemas de jogos mais eficientes. Ele também oferece uma alternativa à predominância das grandes empresas de tecnologia no mercado de jogos.
Desafios ou controvérsias principais:
– Desempenho: Atualmente, The Witcher 3 alcança apenas 15 quadros por segundo no RISC-V, tornando-o menos do que ideal para uma experiência de jogo suave.
– Requisitos de hardware: Rodar jogos AAA no RISC-V requer configurações de hardware específicas, como o Milk-V Pioneer e AMD Radeon RX 5500 XT, limitando a acessibilidade.
– Adoção: O RISC-V ainda está em fases iniciais de desenvolvimento e adoção em comparação com arquiteturas de CPU convencionais como ARM e x86/x64, o que pode limitar seu uso generalizado em jogos.