O gaming no Windows em Arm enfrenta desafios de compatibilidade e desempenho, dificultando o seu crescimento no mercado de jogos para PC.
O recente relançamento do Windows em Arm introduziu PCs Copilot+, dispositivos que incorporam a visão da Microsoft para o futuro do PC Windows. Esses PCs possuem hardware dedicado para executar modelos de IA no dispositivo, possibilitando novas funcionalidades como criação de conteúdo com IA generativa e redimensionamento automático de imagens para jogos. Embora diversos fabricantes de PCs já tenham lançado PCs Copilot+ com base na plataforma de hardware Snapdragon X da Qualcomm, o Windows em Arm ainda enfrenta obstáculos significativos no âmbito dos jogos.
Um dos maiores desafios reside na compatibilidade. Apesar do desenvolvimento pela Microsoft de uma camada de tradução aprimorada chamada Prism, que melhora a compatibilidade do Windows em Arm com software x86, ainda existem limitações. A vasta biblioteca de jogos para PC nativos da arquitetura x86 apresenta um grande obstáculo para o Windows em Arm. Atualmente, apenas cerca de 55% dos jogos testados de forma independente rodam sem problemas ou falhas, deixando muitos jogos impossíveis de jogar ou enfrentando problemas sérios.
Além disso, jogos multiplayer como League of Legends, Destiny 2, Fortnite, Apex Legends e PUBG: Battlegrounds são atualmente incompatíveis com o Windows em Arm devido a problemas com software anti-trapaça. Além disso, o hardware incipiente da Qualcomm, especialmente suas GPUs Adreno, não é totalmente capaz de atender às demandas gráficas de jogos para PC, complicando ainda mais a compatibilidade e o desempenho.
A adoção limitada de dispositivos Windows baseados em Arm também representa um desafio para o gaming no Windows em Arm. De acordo com a pesquisa de hardware da Steam da Valve, os dispositivos Windows baseados em Arm representaram apenas 0,05% dos usuários da Steam. Essa falta de adoção em massa desencoraja os editores de jogos de produzir versões nativas de seus softwares especificamente para dispositivos baseados em Arm.
Além disso, a dominação de plataformas de distribuição de terceiros como a Steam no mercado de jogos para PC acrescenta outra camada de complexidade. Essas plataformas atendem principalmente ao público existente de x86 e atualmente não suportam versões Arm de jogos. Sem o suporte de importantes plataformas de distribuição, os editores têm menos incentivo para atender ao pequeno público no Windows em Arm, e vice-versa.
Resolver esses desafios requer melhorias na camada de tradução Prism da Microsoft e nos drivers gráficos da Qualcomm. No entanto, essas não são soluções rápidas. A equipe dedicada da Microsoft para a compatibilidade futura de seu catálogo de jogos não espera concluir sua tarefa até 2026, no mínimo. Da mesma forma, levará vários anos para que a Qualcomm alcance uma compatibilidade robusta com jogos para PC por meio da otimização dos drivers.
Em conclusão, o gaming no Windows em Arm enfrenta grandes obstáculos em termos de compatibilidade e desempenho. Sem um público maior e comprovado, os desenvolvedores e editores de jogos têm incentivo limitado para investir em versões nativas de seus softwares para Arm. Além disso, a falta de suporte de grandes plataformas de distribuição ainda dificulta o crescimento do gaming no Windows em Arm. Abordar esses desafios exigirá melhorias contínuas na compatibilidade e no suporte, tanto da Microsoft quanto dos fabricantes de hardware.
Para mais informações:
– Site oficial do Windows em Arm
– Qualcomm Snapdragon 8cx Gen 3 8cx
– Pesquisa de hardware da Steam